Death Note

Death Note é uma mangá (banda desenhada japonesa) escrita por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata que explora as consequências do poder absoluto e da ambiguidade moral na definição de sentido de justiça. A história segue a vida de Light Yagami, um estudante do ensino secundário, que encontra um misterioso caderno, com as palavras Death Note escritas na capa. Tal como Light virá a descobrir, este caderno permite ao seu possuidor assassinar quem ele quiser, de uma forma muito simples: basta conhecer a cara e o nome da sua vítima, escrevendo-o no caderno.

A partir do momento em que Light encontra o caderno, a mangá leva-nos numa viagem sombria. O personagem adota o pseudónimo “Kira” e propõe-se a livrar o mundo dos criminosos, com a intenção de criar um mundo utópico livre de transgressores. No entanto, o seu deturpado sentido de justiça transforma-se numa batalha de inteligência com o emigmático detetive L, que está determinado a impedir o reinado de terror de Kira. Há vários motivos que fazem com que Death Note seja uma leitura envolvente e interessante. Para mim, o principal destes é o facto da mangá explorar, de forma ambígua e refletida, temas como a moralidade, o poder e a linha ténue que existe entre o Bem e o Mal, nomeadamente através da personagem de Light e suas ações. Ao longo do desenrolar da narrativa, Light aproxima-se cada vez mais das trevas, levando os leitores a questionar a sua própria crença da Justiça e até que ponto os fins justificam os meios. A série investiga profundamente o psicológico das suas personagens, com especial destaque para Light, L e, mais tarde, o discípulo deste último, revelando as suas motivações complexas e lutas internas.

A dinâmica entre Light e L impulsiona grande parte da narrativa, já que ambos são extremamente inteligentes, utilizando estratégias astutas para se superarem um ao outro. À medida que o enredo se desenvolve e sobe de intensidade, o leitor fica cada vez mais tenso e perplexo com os planos rebuscados dos protagonistas e os conhecidos plot-twists que deixam todos de boca aberta.

No geral, Death Note pode ser considerado uma obra-prima do mundo da mangá, continuando a cativar os leitores com a sua narrativa envolvente e os seus temas provocadores. Do meu ponto de vista, o mais marcante desta saga é, de facto, Light Yagami, dado que este foge totalmente ao estereótipo de personagem principal heróica e de valores morais elevados. Embora Light possua um grande sentido de justiça, esta sua noção está completamente corrompida, levando-o a ignorar todos os outros valores morais em busca do seu mundo utópico. Death Note é uma das mangás (e mesmo animes) mais conhecidos de sempre e, a meu ver, merece e continuará a merecer essa fama, pois ninguém consegue ficar indiferente ao tema que este explora.